DROGAS = PROBLEMAS

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domingo, 17 de julho de 2011

Por que escrevi um livro sobre o crack?

Por que escrevi sobre o crack?

 O livro “Crack – Uma pedra no caminho” nasceu a partir de minha indignação ao ver amigos, conhecidos e desconhecidos sucumbirem à pedra da morte.

Nos filmes de Hollywood, humanos se tornam zumbis após uma grande tragédia, e perambulando pela Terra, cometem as mais abomináveis atrocidades.
O termo zumbi significa, "aquele que não tem vontade própria".

Enganam-se aqueles que pensam que a realidade está longe da ficção. Só não vê quem não quer. Muitos destes viciados que vagam pelas ruas são verdadeiros zumbis. Homens, mulheres, crianças que perderam o sonho, o senso, a família, a dignidade, o amor próprio e a decência. Não temem a morte, pois já estão mortos. Não temem a lei, pois o bom senso fugiu-lhes da mente. Não temem nada, pois a pedra tornou-se a razão de suas vidas.

Para aqueles que acham que estou sendo dura com minhas palavras, o que me dizer dos relatos que seguem abaixo?

Um viciado invadiu a casa de uma idosa para roubar. Quando flagrado pela senhora, matou-a sem piedade. O fruto do roubo lhe rendeu muitas pedras, que ele usou sem pestanejar. No dia seguinte, novamente atormentado pela fissura, ciente de que faria tudo de novo, correu para uma delegacia e se entregou, dizendo:
- Me prendam, senão vou continuar matando!

Outro caso, que do mesmo modo me deixou chocada é o de um conhecido.
Médico conceituado, cirurgião de coluna, jovem, bonito, casado, pai de um lindo bebê, boa saúde, boa família e situação financeira invejável. E mesmo sendo um privilegiado encontra-se no fundo do poço, pois só consegue operar após umas pipadas.
Não, ele não está nas ruas perambulando como um mendigo, seus pais amorosos fizeram de tudo por ele, sua esposa é linda, e seu filhinho perfeito. Mora numa mansão e é tido como um excelente cirurgião no estado onde mora.

Acha isso pouco? Pois bem.
Quem não ficou aturdido, ao assistir nos telejornais as imagens do conceituado advogado criminalista, Ércio Quaresma flagrado fumando pedra em uma cracolândia de Belo Horizonte?

O que dizer do que aconteceu com dona Flávia Costa de 62 anos, classe média alta, residente no estado do Rio Grande do Sul, que para se defender de um ataque violento, matou o próprio filho, usuário de crack?

Quem se lembra do atacante Jobson, do Botafogo, que foi pego por duas vezes no exame antidoping durante o Brasileirão? O rapaz de 21 anos admitiu ao delegado que era usuário de crack, só que não sabia que isso poderia prejudicá-lo na carreira.


É fácil assistir a este espetáculo de horror sentado confortavelmente nas poltronas da platéia. O pior é constatar que o número de atores tem aumentado dia a dia. No último senso sobre usuários de drogas, o governo afirmou não ter números exatos, mas aventou a possibilidade de serem mais de um milhão de pessoas. Um milhão de dependentes, um milhão de alucinados, um milhão de sofredores, isso sem somar as famílias, que são diariamente bombardeadas por preocupações e tormentos que a pedra traz.

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