DROGAS = PROBLEMAS

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NÃO ENTRE NESSA

quinta-feira, 27 de junho de 2013





Ego inflado


Quantas vezes ao acreditar estar certa me tornei o erro da situação?
Quantos gritos explodiram de minha garganta para tentar explicar o meu “sempre correto” ponto de vista?
Quantas vezes terei que errar para poder entender que pedidos de desculpa não significam que tudo será esquecido e apagado da mente do agredido?
A vida está de sacanagem comigo? Pergunto-me constantemente. Ou será que o que de fato acontece são episódios repetidos para que um dia eu haja de uma forma mais acertada?
Quantas vidas teria que viver pra me assemelhar a mansidão que o amor promete ter, afirma ser, garante trazer?
 E mesmo quando sei que estou errada faço um esforço tremendo para num gesto supremo de minha sublime humildade, e não tão humildemente, mas com a grandeza do espírito que tenta provar que eu sou tão magnífica que consigo ir além... peço.
Perdão!
Que coisa monstruosa é a palavra na boca de um orgulhoso.
 Entristeço-me só de pensar que o ego inflado é a mais terrível deformidade que qualquer um de nós pode ter.
Na verdade o desejo era de ouvir que eu estava certa, que minha justiça própria tem valor, que meus gritos foram justos e que tudo não passou de ignorância da outra parte. Mas como sou maravilhosa, me humilho diante do errado, isso só para provar que eu estou certa.
Longe de todo meu ego, ofusca-me o perdão divino, incondicional, gratuito, manso e delicioso de saborear.  Ele me insufla a passar por cima de todas minhas conjecturas de certo ou errado. Ele me esbofeteia na cara, com luvas de pelica, quando sem esperar nada em troca simplesmente perdoa. E depois de perdoar ama.
Isso definitivamente dilacera minha soberba.
Como é difícil encarar Deus do ponto de vista dele próprio. Como é difícil sobrepujar meus instintos de sobrevivência, toda minha carência e necessidade de ser vista como a certa o tempo todo, e encarar o amor de quem nem ao menos precisava amar.
Será que algum dia conseguirei entender que nem a vida, meu mais precioso bem, nem a morte, meu destino já traçado, está em minhas mãos? Que o que eu penso pode ser certo, como não. Que o que quero posso ter, ou não? Que o que eu sou é o reflexo do que eu faço e não do que eu brado?

Será que um dia conseguirei não viver mais eu, mas deixar que o meu rei verdadeiramente viva em mim?

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